Como você se sentiria se o seu time estivesse tão coberto de dívidas que a sua própria existência é colocada em questão? Aí, como você se sentiria se viesse um investidor do Oriente Médio, salvasse seu clube da falência, te levasse a primeira competição europeia da história, mas quisesse mudar o nome do clube que é centenário para poder lucrar mais?
Pois é, essa é a situação em que se encontra o Hull City Association Football Club. Comprado em 2009 pelo egípcio Assem Allam, o clube vive uma luta interna e externa entre a tradição e o futebol moderno.
Sem entrar em muitos episódios específicos, o novo dono do clube quer mudar o nome para "Hull City Tigers Ltd" para que o clube seja conhecido como Hull Tigers, em referência ao seu mascote. O milionário afirma que o termo "City" é pouco interessante e não dá ao clube identidade própria já que há outros clubes que usam o mesmo termo.
Levando em consideração seus devidos tamanhos, seria como alguém querer mudar o nome do Clube de Regatas do Flamengo para "Flamengo Urubus" por questões de marketing.
Os torcedores mais fanáticos do clube estão protestando contra isso faz anos, cantando "City till we die" (City até morrer) e "Hull City: a clube not a brand" (Hull City: um clube não uma marca". Especialistas em marketing dividem opiniões, alguns afirmando que com uma boa campanha a mudança de nome pode trazer benefícios ao clube, outros afirmando que seria inútil.
O que deixa os torcedores mais furiosos são certas afirmações do Assem Allam como "ninguém questiona as minhas decisões dentro da minha empresa" e "Eu nunca fui fã de futebol. Eu ainda não sou fã de futebol. Sou um fã da comunidade"
A Football Association afirmou em decisão tribunal que Assem Allam não poderá mudar o nome do clube, para a felicidade de grande parte de seus torcedores. Allam afirmou que até que deixarem ele mudar o nome, ele não investirá mais um centavo de seu próprio dinheiro no clube.
Devido a decisão no tribunal, apesar de entrar com recurso, Allam publicamente afirmou que o clube está a venda.
A história do Hull City AFC continua, é a batalha entre uma tradição centenária e o futebol moderno. Para mim, não há espaço no futebol para empresas como a Red Bull, e empresários como Allam. Modernização sim, mas sem apagar o passado, tem que haver uma harmonia entre os dois.
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